quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entre Lençois (2008) - Gustavo Nieto Roa



O nosso Cinema é conhecido por tratar deveras de nossas próprias condições, da realidade precária, e por fim, na maioria das vezes fotografar a dura situação do nosso país, e independentemente de isso ser bom ou ruim, trata-lo de forma diferente não é nenhum pecado, e Entre Lençóis o faz, é sobre dois individuos que se conhecem e se envolvem em uma noite (fisicamente à principio), e então vão à um hotel, para consumar o ato fisico, mas além disso também começam a se conhecer melhor, e a situação foge do convencional, partindo para um estudo de relações, bem, desastroso aqui.

A premissa é um primor, dois individuos (independente de ser um casal ou não como é o caso) confinados em uma só locação durante o filme todo, assim indagando cada vez mais um sobre o outro, mas que por culpa de basicamente tudo - direção, atuações, roteiro -, aqui nada caminha de forma eficiente, e se entrega aos desfechos mais esquemáticos e vergonhosos.

Surpreendentemente, Entre Lençóis é quase um filme assexuado (contrapartindo do que a sinopse parece indicar), o casal protagonista e quase que predominantemente únicos que dão as caras na tela, são interpretados (cof) por Reynaldo Gianecchini e Paola Oliveira, ambas as figuras são sempre certas e habituais presenças nas novelas globais que o nosso povo tanto gosta, mas aqui não é novela, é Cinema, é um conto, que apesar de muito mais curto em duração, geralmente (principalmente no Cinema Do Bom) garante assuntos tão universais e abrangentes do que uma novela pode apresentar em um semestre de exibições diarias, e o fato que ambos são quase os unicos à aparecer o filme todo, falando palavra por palavra, derreteu qualquer mascara que ambos podem disfarçar em apresentações mais caricatas que uma novela pode abrir concessões.

Ambos estão péssimos, isso fica claro, mas Paola Oliveira ultrapassa cada barreira que possa-se considerar má atuação (e culpa da direção sobre a mesma), ela enuncia toda palavra como se estivesse lendo - tudo muito claro, inexpressivo, calmo e nada natural -, para o espectador mais atento, sabemos que sua escalação no papel é toda devida a sua beleza fisica, que na verdade torna incompreesível, que não houve um trabalho só um tantinho mais caprichoso para achar uma atriz mais talentosa e ainda atraente fisicamente.

Tudo cai aos pedaços, desmorona mesmo com as resoluções do roteiro, que cai para o melodramatico (ainda havia esperança, ainda...). Ambos já estavam em relações pendentes antes de ser conhecer, e os 30 minutos finais de filme se tornam um verdadeiro teste de paciencia, quando ambos recebem ligações de seus conjuges, e sendo que estão residindo com desconhecidos no momento, os sentimentos e devaneios mais fajutas empacotam os mais ridiculos e previsiveis dialogos nesse ato final, que finalmente/inexplicavelmente e sem muito esforço conseguem despencar e estraçalhar a boa premissa.

Uma decepção sem tamanho, que aguarda à você os momentos mais constrangedores possiveis, se você tiver culhões de assisti-lo após ler isso. Se o tentar, boa sorte.

Nota 4,0







Um comentário:

  1. Também achei muito ruim. Filme completamente sem nexo ou objetivo.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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