segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Vestida Para Matar (1980) - Brian De Palma



De Palma absolutamente dominou os anos 80 - talvez não em aspectos comerciais, já que fora essa a época de ascensão de cineastas como Spielberg, Zemeckis e Ivan Reitman -, mas a afirmação supracitada refere-se aos tais filmes em pauta: "Um Tiro na Noite", "Scarface", "Dublê de Corpo", "Os Intocáveis"... e o ponto no qual essa observação fora colocada é uma alusão as afirmações convictas que alguns desses filmes são deveras apontados como: "cópia de Hitchcock", "plágio de premissas Hitchcockianas" e por ai vai, sendo que pessoalmente considero isso um absurdo, nada mais considero seus filmes - apesar de sim, haverem cacoetes de Hitchcock -, homenagens mais que bem feitas - quase não devendo nada aos filmes de seu maior inspirador -, além do mais, seus filmes tem claramente ecos de estilo do cinema de De Palma, estão lá em sua filmografia suas marcas e caracteristicas, cinema de caráter autoral único - e cai entre nós, inconfundivel; logo, mesmo que brevemente alguns filmes de De Palma possam soar como rarefações de Hitchcock, são filmes do senhor Brian De Palma, inconteste, o próprio.

"Vestida Para Matar" é influenciado claramente por "Psicose (1960)", não há porque negar - ou como -, embora o argumento iniciar possa parecer um tanto diferente, ao decorrer da trama - desde o inicio até as resoluções -, as influencias de Psicose são cada vez mais constantes e latentes. Tudo desenrola-se à partir da seguinte sinopse: o Dr Robert Elliot (Michael Caine, na minha opinião não especialmente sensacional, embora não pareça necessário tamanhos esforços em sua atuação, sendo que em aspectos aparentes, o personagem o cai como uma luva), se vê diante de uma terrível situação: um psicopata anônimo começa a matar mulheres proximas a ele, e usando como instrumento, uma navalha roubada de seu consultório. 

O que pode caracterizar possívelmente Vestida Para Matar como plagio de Psicose é seu enredo - nunca, nunca mesmo, a estética. Ambos enredos se assemelham (intencionalmente ou não, isso não realmente importa) pois ambos os filmes envolvem serial-killers, troca de protagonistas, sensualidade e clima de tensão.

Em contrapartida, a estética destas obras são totalmente distintas - na qual podemos julga-las obras de assinaturas patentes. Enquanto no filme de De Palma, o mesmo opta por mais tomadas exteriores, cores fortes (sim, Psicose fora filmado em preto e branco, devido a censura, mas consequentemente isso o distingue deste aqui), trilha sonora deveras mais amena e ritmo mais acelerado, Psicose tem ritmo mais dedicado ao desenvolvimento de personagens, trilha sonora mais marcante e robusta (mais conhecida idem), passa-se mais tempo filmado em estúdio. 

Certamente, um filme não diminui o outro. Vestida Para Matar é tenso, surpreendente, sensual (haja vista Psicose novamente) e mesmo nos dias de hoje pode ser visto com apreço até maior do que na época que fora lançado; é um deleite só, filme que qualquer amante do suspense ira adora, aliás, basta para aqueles que amam Cinema.

Nota: 8,0







































2 comentários:

  1. Lucas, antes de qualquer coisa, devo dizer que seus textos são apurados e muito bons, detalha bem os pontos mais nítidos do filme - mas, você reflete e isso é muito bom. Te achei pelos textos que publicou no Cineplayers. Vou te linkar agora no meu blog, espero que leia, conheça, siga também. Te sigo aqui, parabéns mesmo!

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    1. Obrigado cara, linke o blog e estarei seguindo.

      Obrigado.

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